Dr Jorge Vasquez

E-mail

contato@drjorgevasquez.com.br

Ligar agora

(31) 99333-8864

Diástase abdominal: saiba tudo sobre essa condição!

Saúde

A diástase abdominal, consiste no afastamento dos músculos retos, podendo se observar um abaulamento na região central da barriga, principalmente ao realizar esforços (p. Ex. levantar pesos, tossir, espirrar ou agachar).

Essa condição é mais comum em mulheres que tiveram uma ou mais gestações, por causa da pressão que o útero dilatado causa sobre os músculos abdominais, alongando-os e os afastando da linha media do corpo.

Outras causas associadas, são:

  • Excesso de peso
  • Desnutrição
  • Aumento da pressão intra-abdominal (p. Ex. Cirrose, ascite ou barriga “d´agua”, etc.)

Além da alteração estética, a diástase provoca fraqueza dos músculos abdominais e, consequentemente, alterações posturais e dores musculares, principalmente na região lombar. Ademais, pode favorecer o surgimento de hérnias na região abdominal.

Como saber se tenho?

Você mesmo(a) pode ter percebido que apresenta essa condição. Geralmente, se manifesta como uma protuberância na região abdominal central, perceptível especialmente em certas posições ou ao realizar esforços. Também pode ser diagnosticado em uma consulta médica, através do exame físico.

A diástase, pode ser confirmado através de alguns exames especializados como:

  • Ultrassonografia de parede abdominal
  • Tomografia de abdome dinâmica.
  • Ressonância magnética abdominal

Esses exames ajudam a verificar o grau de afastamento dos músculos, além de descartar a presencia de hérnias associadas.

Diástase e hérnia, é a mesma coisa?

Não. Como descrito anteriormente, a diástase consiste em um afastamento dos músculos retos do abdome. Quando eles estão separados, pode-se observar um abaulamento da região abdominal central, principalmente durante esforços.

Já a hérnia abdominal, seja ela epigástrica, umbilical ou em outra região; é uma falha na parede abdominal: um orifício anormal, que permite a saída de gordura ou até mesmo parte do intestino através dele. As hérnias causam uma saliência visível na parte de fora da barriga que pode piorar com a realização de esforço físico.

A diferencia da diástase, a maioria das hérnias abdominais precisarão de cirurgia em algum momento, pois existe um risco alto de aumentar de tamanho ou e causar complicações como:

  • Encarceramento: quando uma víscera, p. Ex. o intestino, fica presa dentro da hérnia.
  • Estrangulamento: quando a irrigação sanguínea da víscera encarcerada fica comprometida, levando a sofrimento e necrose da mesma.

Mas… existe alguma relação entre essas duas condições?

Sim! Os pacientes com diástase apresentam um maior risco de ter hérnias epigástricas e umbilicais. A boa notícia é que, quando o (a) paciente já apresenta as duas condições, estas podem ser tratadas simultaneamente durante uma cirurgia.

Qual o melhor tratamento para a diástase? 

Existem diferentes graus de diástase, dependendo da distancia entre as bordas dos músculos retos. Logo, o tratamento depende da complexidade do problema e das características clínicas e físicas do paciente.

Os principais fatores que influenciam na escolha do tratamento são:

  • Grau de afastamento dos músculos retos
  • Presença ou ausência de sintomas
  • Alteração estética
  • Presença de hérnias associadas

A boa notícia é que a grande maioria dos pacientes com diástase não precisará de tratamento específico. Porém, em casos de defeitos volumosos ou muito sintomáticos, que causam desconforto ao(à) paciente, a cirurgia pode ser necessária.

Para defeitos menores, a fisioterapia / reabilitação, é uma opção. O objetivo, é de fortalecer a musculatura do “core” e prevenir maior enfraquecimento dos músculos. Isso pode incluir exercícios de fortalecimento abdominal, alongamentos e exercícios para o assoalho pélvico. O grande problema desses tratamentos é a recidiva: quando o paciente para de realizá-los, a diástase pode retornar a seu estado inicial.

Uma forma de resolver esse problema é a través da cirurgia convencional (aberta). Essa operação é muitas vezes associada à abdominoplastia (retirada do excesso de pele e gordura – p. Ex. Abdome pendulo), sendo geralmente realizada pelos cirurgia plásticos.

Porém, a correção cirúrgica também pode ser feita de forma minimamente invasiva (por videolaparoscopia e por cirurgia robótica), principalmente quando não existe um grande excesso de tecido.

Na cirurgia minimamente invasiva, são realizados três pequenos cortes na barriga, na linha onde fica a cicatriz de cesárea. Através deles, os músculos são aproximados com suturas especiais, utilizando material especificamente desenhado para esse tipo de procedimentos.

É importante destacar que quando existe uma hérnia associada (p. Ex. Hérnia umbilical), esta também pode ser reparada no mesmo procedimento.

Tenho diástase, tenho que usar sempre uma cinta abdominal?

Não! A cinta abdominal é sustentada lateralmente por três músculos: o oblíquo externo, o oblíquo interno e o músculo transverso.

O uso contínuo de cinta inibe a ação efetiva dessa musculatura (principalmente a do músculo transverso abdominal), que também é estabilizadora do tronco, enfraquecendo-o.

Dessa forma, há perda de tônus muscular, o que sobrecarga outros grupos musculares, como os da região lombar. Por isso, a longo prazo, o paciente que usa cinta abdominal de forma continua poder desenvolver outros problemas como, por exemplo, dores nas costas.

Assim, para quem tem diástase, é recomendado trabalhar a musculatura profunda através de exercícios direcionados, ao invés de ficar o tempo todo com cinta abdominal. Mas… esses exercícios devem ser acompanhados por um profissional especialista.

O que há de novo sobre o manejo da diástase?

A maneira de conclusão do presente artigo, gostaria de comentar que em Outubro de 2021, foi publicado um importante documento internacional, que serve como guia para o tratamento da diástase dos músculos retos: European Hernia Society Guidelines on Management of Rectus Diastasis.

Dentre as suas principais conclusões, gostaria de ressaltar as seguintes:

  1. A diástase dos retos é definida como um afastamento dos músculos retos abdominais MAIOR A 2CM.
  2. As manifestações clínicas principais consistem em alterações estéticas e da postura corporal.
  3. Existe pouca evidência que suporte o benefício dos tratamentos não operatórios, porém, a fisioterapia pode ser considerada.
  4. O tratamento definitivo consiste em cirurgia. Nela, os músculos retos são suturados, com o objetivo de juntar eles na linha media do abdômen. Esse procedimento pode ser feito por cirurgia aberta ou por via laparoscópica.
  5. Quando a diástase está associada a hérnias da parede abdominal, o uso de telas cirúrgicas pode ser necessário.
  6. No pós-operatório, o uso de cintas pode diminuir a dor e ajudar a mobilização precoce, além de outros benefícios, p. Ex. psicológicos.

FONTE:

  1. https://www.europeanherniasociety.eu/science/guidelines-management-rectus-diastasis

Dr. Jorge Vásquez Del Aguila

Cirurgião Geral e Cirurgião do Aparelho Digestivo.

CRM65607 | RQE 35264 | RQE 38167

Compartilhar :

Posts Recentes

Agende sua consulta

Agende agora mesmo sua consulta e tenha tranquilidade em relação à sua saúde

Categorias