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Refluxo Gastroesofágico: Quando Devo Procurar um Cirurgião? 

Prevenção

O refluxo gastroesofágico (RGE) é uma condição médica que afeta até  12% da população. Muitas vezes, é uma queixa que pode ser gerenciada com medicamentos e mudanças no estilo de vida. No entanto, em alguns casos, o refluxo gastroesofágico pode se tornar tão debilitante que requer intervenção cirúrgica.  

Neste artigo, vamos explorar o que é o refluxo gastroesofágico, seus sintomas, suas consequências, as formas de tratamento disponíveis e quando é apropriado procurar um cirurgião do aparelho digestivo. Além disso, abordaremos os riscos associados ao refluxo e como a cirurgia pode ser uma opção para alguns pacientes. 

Entendendo o que é Refluxo Gastroesofágico 

O refluxo gastroesofágico é uma condição em que o ácido gástrico, bem como ocasionalmente o conteúdo do estômago, retorna para o esôfago. 

O esôfago é um órgão em forma de que transporta o alimento da boca para o estômago. Uma válvula chamada esfíncter esofágico inferior (EEI) normalmente impede que o ácido estomacal suba pelo esôfago. No entanto, quando essa válvula não funciona adequadamente, ocorre o refluxo. 

Sintomas de Refluxo Gastroesofágico – Sintomas típicos 

Os sintomas típicos do refluxo incluem: 

  1. Pirose: Uma sensação de queimação que se inicia no peito e pode se estender até a garganta. 
  2. Regurgitação: O retorno involuntário do conteúdo do estômago para a boca.
  3. Dor no peito: Pode ser confundida com dor cardíaca, embora seja causada pelo refluxo ácido. 
  4. Dificuldade para engolir: Devido à irritação do esôfago. 

Sintomas de Refluxo Gastroesofágico – Sintomas atípicos 

Nem todos os casos de refluxo apresentam os sintomas típicos mencionados anteriormente. Às vezes, o refluxo pode manifestar-se de maneiras menos comuns, incluindo: 

  1. Tosse crônica: Resultante da irritação da garganta pelo ácido estomacal. 
  2. Rouquidão: Devido ao ácido afetar as cordas vocais. 
  3. Asma: Pode ser desencadeada ou agravada pelo refluxo. 
  4. Dor de garganta crônica: Causada pela irritação constante. 
  5. Tosse persistente: quando outras causas foram descartadas 
  6. Mal hálito 
  7. Alterações dentárias 
  8. Aftas na boca 
  9. Sinusite e faringites repetidas
     

Esses sintomas atípicos só podem ser atribuídos ao refluxo gastroesofágico quando outras doenças mais comuns foram descartadas e quando o refluxo foi claramente comprovado através de exames auxiliares.  

Quais são as consequências do refluxo a longo prazo? 

Deixar o refluxo gastroesofágico sem tratamento pode levar a complicações graves, incluindo: 

  1. Esofagite: Consiste na inflamação do esôfago devido à exposição contínua ao ácido. A esofagite causa sintomas muito desagradáveis, principalmente queimação na região do peito.  
  2. Úlcera Esofágica: Lesões no revestimento do esôfago causadas pelo ácido estomacal, que pode causar dor, dificuldade para engolir ou até causar anemia por sangramento persistente.  
  3. Estenose Esofágica: A inflamação persistente da parte inferior do esôfago causa cicatrizes que podem estreitar o tubo.  
  4. Esófago de Barret: Trata-se de uma condição pré-maligna em que as células do revestimento do esôfago mudam, aumentando o risco de câncer.  
  5. Adenocarcinoma Esofágico: Um dos tipos mais comuns câncer de esôfago, causado pela irritação crônica do órgão. Atualmente, sua incidência está aumentando. 
  6. Pneumonia: Quando o conteúdo do estômago é aspirado para os pulmões. Acontece principalmente em idosos, acamados e pacientes debilitados. 

Existe Tratamento para o Refluxo Gastroesofágico 

O tratamento do da doença do refluxo gastroesofágico, busca aliviar os sintomas, promover a cicatrização do esôfago, controlar o refluxo e prevenir complicações. As abordagens incluem: 

  1. Estilo de Vida e Dietas: Deve-se evitar, principalmente, alguns alimentos considerados como gatilhos do refluxo, por exemplo,   alimentos picantes, ácidos, cafeína, queijo, vinho, chocolate.
    Também é importante ingerir refeições volumosas antes de dormir. E controlar o excesso de peso. Inclusive, a obesidade é um dos fatores que mais aumentam o refluxo.
  2. Medicamentos: Os fármacos chamados inibidores da bomba de prótons (IBPs), por exemplo, o omeprazol ou similares, são os medicamentos mais empregados. Esse tipo de remédios funciona reduzindo a produção de ácido gástrico. 
  3. Elevação da Cabeceira da Cama: Isso ajuda a prevenir o refluxo noturno. 
  4. Cirurgia: Quando as opções anteriores não são eficazes, a cirurgia pode ser considerada. 

Quando devo procurar um cirurgião? 

A cirurgia para o refluxo gastroesofágico é geralmente considerada quando: 

  1. Os sintomas são recorrentes (voltam após para os medicamentos).  
  2. O paciente não deseja depender de medicamentos a longo prazo pelo risco de complicações ou efeitos secundários.  
  3. Existem complicações graves, como estenose esofágica, úlcera esofágica, esofagite moderada a severa, etc.   
  4. O paciente tem um alto risco de desenvolver câncer de esôfago devido ao esôfago de Barret. 
  5. O paciente é portador de uma hérnia de hiato 

Em quais pacientes não se recomenda realizar a cirurgia para Refluxo Gastroesofágico? 

  1. Paciente com algumas doenças esofagianas, por exemplo, esofagite eosinofílica.  
  2. Pacientes portadores de obesidade mórbida 
  3. Pacientes usuário de drogas ou etilistas  
  4. Pacientes nos quais não se demostrou refluxo nos exames pré-operatórios.  

Como é feita a Cirurgia para Refluxo Gastroesofágico 

A cirurgia mais comum para tratar a doença se chama fundoplicatura. Nesse procedimento, o cirurgião envolve a parte superior do estômago em torno do esôfago, reforçando o esfíncter esofágico inferior. Isso ajuda a prevenir o refluxo do ácido do estômago para o esôfago. 

A cirurgia geralmente é realizada por laparoscopia ou cirurgia robótica, o que significa que são feitas pequenas incisões no abdômen, reduzindo o tempo de recuperação e o desconforto pós-operatório. 

Conclusão 

O refluxo gastroesofágico é uma condição comum que pode ser gerenciada com sucesso com mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, cirurgia. Se você tiver essa condição, não se descuide! Procure tratamento especializado! 

Fonte:  

Pauwels A, et al. How to select patients for antireflux surgery? The ICARUS guidelines (international consensus regarding preoperative examinations and clinical characteristics assessment to select adult patients for 
antireflux surgery).  Gut 2019;0:1–14. doi:10.1136/gutjnl-2019-318260  

Autor: Dr. Jorge Walker Vásquez Del Aguila 

CRM-MG 65607 

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