Diástase abdominal: mais do que uma questão estética
13 de julho de 2023
A diástase abdominal é uma condição comum em que os músculos retos do abdômen se afastam no centro. Embora geralmente se restabeleça após o parto, pode persistir em cerca de 32% a 46% das mulheres.
Alguns fatores que podem contribuir para a persistência da diástase são:
- Idade da mãe
- Ter tido múltiplos filhos
- Ter realizado cesárea
- Ter tido um bebê grande
- Gestações múltiplas
Além disso, a diástase também pode ocorrer em homens, mulheres que nunca engravidaram e crianças. A incidência em mulheres que nunca tiveram filhos é semelhante à dos homens, pois ambos são afetados por fatores semelhantes, como envelhecimento, obesidade e fatores constitucionais.
Embora muitas vezes seja associada a preocupações estéticas, é importante destacar que a diástase tem consequências além da aparência. Neste artigo, exploraremos suas possíveis implicações de forma clara e acessível.
Entendendo a diástase abdominal
A diástase abdominal é caracterizada pelo afastamento dos músculos retos do abdômen, resultando em uma separação na linha média. Geralmente ocorre devido a fatores hormonais e ao estiramento excessivo dos tecidos durante a gestação, mas também pode estar associada a outros fatores, como ganho de peso rápido, exercícios físicos intensos e envelhecimento.
Possíveis consequências relacionadas à diástase dos músculos retos |
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Alteração estética |
Aumento do risco de hérnias |
Fraqueza da musculatura abdominal |
Sobrecarga na coluna lombar |
Alterações posturais |
Sobrecarga nos músculos pélvicos |
Incontinência urinária |
Piora na qualidade de vida |
Relação entre diástase e hérnias abdominais
Uma hérnia da parede abdominal ocorre quando há uma abertura na musculatura que envolve o abdômen. Essa abertura permite que órgãos ou tecidos internos, como gordura ou parte do intestino, se projetem, causando um inchaço visível ou protuberância abdominal. Isso pode causar dor e desconforto, além de complicações graves para a saúde.
Nas pacientes com diástase, a separação dos músculos retos do abdômen enfraquece a parede abdominal, deixando apenas uma fina camada de tecido na região central. Essa camada fraca é muito mais suscetível ao desenvolvimento de hérnias na linha média em comparação com o tecido normal. Dessa forma, as pacientes com diástase têm maior incidência de hérnias do tipo epigástrica, umbilical e incisional.
Impacto da diástase na força do “core”
O “core” refere-se aos músculos do tronco, incluindo o abdômen, os músculos das costas, os músculos laterais (transverso, oblíquos interno e externo), os músculos do assoalho pélvico e os músculos da região lombar. Um core forte é essencial para manter uma postura adequada, realizar movimentos diários com eficiência e prevenir lesões. Também desempenha um papel fundamental em atividades que exigem força.
Além do impacto estético, a diástase abdominal pode resultar em fraqueza na parede abdominal. Os músculos retos do abdômen desempenham um papel crucial na estabilização do tronco e no suporte dos órgãos internos. Quando estão separados, a capacidade de fornecer suporte adequado é comprometida, levando a problemas funcionais e dores musculares.
Diástase e alterações lombares e pélvicas
Como mencionado anteriormente, os músculos abdominais são essenciais para manter uma postura correta e distribuir as cargas adequadamente. Portanto, a fraqueza resultante da diástase pode sobrecarregar a coluna vertebral, resultando em dor lombar crônica e aumentando o risco de lesões nessa região.
Outra consequência da diástase abdominal são as alterações posturais e pélvicas. A fraqueza dos músculos abdominais pode afetar negativamente a estabilidade da pelve, causando uma inclinação pélvica anterior e um aumento da curvatura lombar. Isso pode levar a problemas como dor pélvica, desequilíbrios musculares e alterações na marcha.
Relação entre diástase e incontinência urinária
Uma das associações mais importantes a serem consideradas é a possível relação entre a diástase abdominal e a incontinência urinária. Estudos mostraram que as mulheres peri e pós-menopausa com diástase têm 2,6 vezes mais probabilidade de apresentar disfunção do assoalho pélvico em comparação com mulheres sem diástase.
A fraqueza na parede abdominal e a pressão aumentada dentro do abdômen parecem contribuir para o enfraquecimento do assoalho pélvico, resultando em problemas como incontinência urinária de esforço.
Conclusão:
A diástase abdominal vai além de uma questão estética, apresentando implicações significativas para a saúde. A fraqueza na parede abdominal, a sobrecarga na coluna lombar, as alterações posturais e pélvicas, bem como a possível relação com a incontinência urinária, destacam a importância de buscar tratamento adequado para essa condição.
Se você está enfrentando diástase abdominal, consulte um profissional de saúde para receber orientações personalizadas e encontrar a melhor solução para o seu problema.
Sua saúde e bem-estar merecem atenção especial, então não hesite em procurar ajuda profissional para lidar com a diástase de forma adequada e eficaz.
Dr. Jorge Vásquez Del Aguila
CRM- 65607
Fontes:
- Nervil GG, Paulsen JF, Kalstrup J, Deigaard S, Herbst I, Lambaa S, Hölmich L. Simple plication alleviates physical symptoms in patients with post-gestational rectus diastasis. Hernia. 2023 Jun 24. doi: 10.1007/s10029-023-02814-y. Epub ahead of print. PMID: 37354279.
- Harada BS, De Bortolli T, Carnaz L, De Conti MHS, Hijaz A, Driusso P, Marini G. Diastasis recti abdominis and pelvic floor dysfunction in peri- and postmenopausal women: a cross-sectional study. Physiother Theory Pract. 2020;36(7):1910-1920. doi: 10.1080/09593985.2019.1709792. PMID: 31900070.
- Video: https://www.youtube.com/watch?v=RKjRTtoHZHQ
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