Muitas vezes, os sintomas do refluxo gastroesofágico podem ser confundidos com outras condições. Por isso, um diagnóstico preciso é  fundamental para o escolher o tratamento mais eficaz.   

Neste post, exploraremos os exames e procedimentos necessários para alcançar um diagnóstico adequado da doença do refluxo gastroesofágico. 

Anamnese e Avaliação Clínica 

O primeiro passo no processo diagnóstico consiste em uma avaliação clínica cuidadosa realizada pelo médico. Durante essa avaliação, o médico irá: 

1. Coletar a história clínica: o paciente será questionado sobre seus sintomas, hábitos alimentares, estilo de vida e qualquer medicamento que esteja tomando. Isso ajudará o médico a entender melhor a situação do paciente. 
2. Realizar um exame físico: este passo é fundamental para descartar outras causas possíveis dos sintomas, como problemas cardíacos, pulmonares ou tumores abdominais.  
3. Avaliar os sintomas: baseado nos dados anteriores, o médico avaliará a gravidade e a frequência dos sintomas, como azia, regurgitação, dor no peito e dificuldade para engolir. 

Testes de Diagnóstico para Refluxo Gastroesofágico: 

Se os sintomas sugerirem a possibilidade de refluxo gastroesofágico, seu médico poderá solicitar exames adicionais para confirmar o diagnóstico. Alguns dos testes mais comuns incluem: 

1. Endoscopia digestiva alta: Neste procedimento realizado sob sedação, um instrumento tubular flexível com uma câmera na ponta é inserido pela boca do paciente.  Isso permite verificar se há danos no revestimento do esôfago causados pelo refluxo ácido, como úlceras, inflamação, tumores;, assim como também, avaliar a integridade do estômago e da primeira parte do intestino delgado (o duodeno).  
2. pHmetria Esofágica: Este teste mede o nível de acidez no esôfago ao longo de um período de 24 horas.  
3. Manometria Esofágica: avalia a função muscular do esôfago. Um tubo fino é inserido pelo nariz do paciente até o esôfago para medir as contrações musculares ao engolir. A diferencia da pHmetria, a manometria dura poucos minutos.  
4. Teste de Impedânciometria: Combina a medição do pH com a detecção de refluxo não ácido, como o refluxo de bile ou alimentos. É especialmente útil para identificar sintomas atípicos de RGE. Não é solicitado em todos os casos.   

Como é feita a pHmetria esofágica? 

1. Preparação: Antes do procedimento, o paciente deve evitar comer ou beber por um período específico (geralmente 8 a 12 horas) para garantir que o estômago esteja vazio. O paciente também deve suspender certos medicamentos, como o omeprazol, dias antes do procedimento. 
2. Colocação do Tubo: Um tubo fino e flexível, chamado cânula ou sonda, é inserido pelo nariz do paciente e posicionado no esôfago. A extremidade da sonda contém sensores que medem os níveis de acidez. 
3. Monitoramento e Registro: Durante as 24 horas seguintes, o paciente deve manter um registro detalhado de suas atividades, incluindo a ingestão de alimentos e líquidos, posição do corpo e sintomas como azia e regurgitação. Os sensores da sonda registrarão os níveis de acidez no esôfago. 
4. Retirada da Sonda: Após o período de monitoramento, a sonda é cuidadosamente removida. 

O Que Significam os Resultados da pHmetria Esofágica? 

Os resultados da pHmetria esofágica fornecem informações valiosas sobre a presença e a gravidade do refluxo. Esses resultados ajudam os médicos a determinar o diagnóstico e a decidir o tratamento apropriado. Entre os principais itens avaliados, se encontram: 

• Número de episódios de refluxo em 24 horas 
• Numero de episódios com mais de 5 minutos 
• Episódio de refluxo com maior duração 

• Porcentagem de tempo com acido no esôfago 
• Porcentagem de tempo com ácido no esófago quando paciente está sentado ou em pé 
• Porcentagem de tempo com ácido no esófago quando o paciente deita 

Com esses dados, se calcula um índice, chamado Escore de DeMeester. Os pacientes com pontuações maiores a 14,7 são considerados como portadores de refluxo patológico.  

Outro dado fundamental consiste na possibilidade de correlacionar os achados da pHmetria com os sintomas do paciente. Por isso é que durante todo o processo o paciente deve manter um registro detalhado dos sintomas, para serem analisados em conjunto com os outros dados.  

Veja como é informada uma pHmetria de um paciente portador de doença do refluxo gastroesofágico: